
É claro, meus amigos! Estudem para vir a poder ser alguém e ter uma carreira. Olhem que se não estudarem não encontram emprego. E depois? Que vai ser das vossas vidas? Vão roubar para viver? Como vão poder sustentar os vossos filhos por vir? E não vão encontrar uma boa mulher se não tiverem um futuro promissor.
Este é o tipo de balelas que nos vendem quando somos novinhos e verdinhos que nem alfaces! Não é? Pois este é o tipo de lavagem cerebral que deram aos nossos avós e seus antepassados e que vem sendo passada de geração em geração. Tão conveniente que isto é! Em linha para a picadora! A lavagem é tão bem feita que levamos uma vida inteirinha a acreditar nisto! Pior. Damos aos nossos filhos a mesma açorda! Come filho. Acredita em mim. Olha para o meu exemplo!
Caramba! Já chega! É tempo de gritar e despir este manto diáfano de hipocrisia que só alimenta a máquina. É isso que fazemos toda uma vida: alimentar a toda poderosa máquina. Se o deixarmos de fazer que vai ser de nós? Qual peça obsoleta, seremos expelidos para um qualquer contentor rotulado: lixo!
Perante esta dicotomia, integrar a máquina ou não, que fazer? Essa é uma resposta que reside no nosso íntimo mais profundo, pois não é, de facto, uma decisão fácil. Mas a bem dizer, facilidades é o que nos prometem a vida toda: um emprego bom, vida fácil (!); uma casa, vida fácil (!); um bom carro, vida fácil(!); um dvd de qualidade, vida fácil(!); Um telemóvel topo de gama, vida fácil(!). Mas qual de nós já sentiu essas facilidades todas? Quando é que na realidade tivemos um bocado para realmente disfrutar de uma vida fácil depois de cumprir com estes objectivos todos? Vá, digam!... Não ouço nada! Pois...
Integrar a máquina pressupõe isso mesmo: cumprir com estes objectivos de consumismo, isto é, ter um emprego, o melhor possível (se melhor que o do vizinho, perfeito) e consumir, consumir, consumir...vida fácil, vida fácil...Uma vez, lembro-me, vi um burro a correr atrás de uma cenoura que lhe era exibida em frente dos olhos! Como acabou esta história? Ainda não acabou. Continua a correr...e a cenoura já tem bicho, está corrupta!...
Por outro lado, escolher não alimentar a máquina pressupõe auto-sacrifício, espírito de abnegação, de abandono de bens materiais e objectivos ambiciosos de vida. É preciso ter alguma coragem para o fazer. Porquê? Assim que escolhes este caminho és ostracizado, até pelos amigos e familiares: -Podia ter tido um futuro tão bom e anda por aí a lutar contra os moínhos, qual Dom Quixote! Pobre rapaz (ou rapariga)!
Esse abandono do status quo é uma tomada de decisão difícil e definitiva. Quando se escolhe essa via corre-se o risco de não poder...ooops...correcção QUERER voltar atrás. E porquê? Porque no momento da tomada da decisão tornamo-nos realmente LIVRES.
Todos os bens materiais que são disponibilizados, bem como boa parte dos conceitos ditos "morais", não têm outro objectivo que seja acorrentar-nos a uma determinada realidade. Contribuir para o funcionamento do mercado livre e da banca. É preciso criar dívida para que o dinheiro circule e encha o papo a essa meia dúzia que governa os destinos do mundo. Prometem-nos boa vida mas não passa de uma cenoura que às tantas já nem lá está. Apenas a miragem. Nunca por nunca as promessas de boa vida podem ver-se cumpridas porque aí deixas de alimentar a máquina e até podes começar a pensar noutras coisas!
Mas quando as correntes que arrastas uma vida inteira te começam a pesar e, se tens o azar de olhar para trás para ver o que realmente produziste para ti e para os teus e realizas que foi um grande ZERO, entras em depressão e nesse estado de neurose nunca mais vais encontrar uma saída. A não ser A Saída. Aí até fazes notícia de jornal: O trânsito na ponte esteve interrompido pois um fulano nos seus 40 a 50 anos suicidou-se atirando-se do tabuleiro...ou isto...ou passas o resto da vida a anti-depressivos e anseolíticos para aliviar a dor profunda que tens no mais íntimo do teu ser e que nunca consegues calar. Tens ouvido as notícias? O consumo destas substâncias tem crescido bem como o das drogas pesadas. De uma coisa podes ter a certeza: até nessa situação alimentas a máquina pois as grandes farmaceuticas e traficantes de drogas agradecem-te e muito!
E tudo isto para quê e em nome de quê? Quimeras! Puras ilusões!
Que fazer? Deixar de ser estúpido e olhar bem para lá da cenoura, para o que não querem que seja visto. Cortar as correntes e pensar...e muito. Lá dizia o autor: "Não há machado que corte a raíz ao pensamento". Olhar à volta pois nunca estamos sozinhos. Pensamos que sim porque nos auto-flagelamos, mas há sempre alguém que como nós tem outros horizontes. A prova disso é o movimento Zeitgeist. O que é proposto é a 4ªrevolução: a revolução intelectual. É a mais difícil de todas pois nela não há líderes, nem fazem falta; não há gurus, pois são limitados aos seus dogmas. É preciso dar uso ao Conhecimento adquirido pela humanidade ao longo dos últimos dez milénios e utilizá-lo em prol da vida em comunhão com o planeta e o eco-sistema. Parar de alimentar a máquina!
Acima de tudo é preciso unir os nossos esforços intelectuais e levar cada vez mais gente a reconhecer a ilusão em que tem vivido.
Perguntaram ao Dalai Lama:
"O que mais te surpreende na Humanidade?"
E ele respondeu:
"Os Homens...porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem anseosamente no futuro, esquecem-se do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer...e morrem como se nunca tivessem vivido."
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