terça-feira, 9 de março de 2010

Olé

Artigo de: Paulo Varela Gomes (Historiador), “Cartas do Interior”, Público, 27.02.2010, P2, p.3.


domingo, 28 de Fevereiro de 2010
Morrer como um touro

In PÚBLICO

O Ministério da Cultura resolveu criar uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura a pretexto de que lidar touros seria uma tradição cultural portuguesa a preservar. Mas a tradição é mais antiga, do tempo em que humanos e animais lutavam na arena para excitar os nervos da multidão com o sangue e a morte anunciada. A piedade, que é um valor mais antigo do que Cristo, veio, na sua interpretação cristã, salvar disto os humanos. Esqueceu-se, porém, dos animais.

Há um momento nas touradas em que o touro, muito ferido já pelas bandarilhas, o sangue a escorrer, cansado pelos cavalos e as capas, titubeia e parece ir desistir. Afasta-se para as tábuas. Cheira o céu. Vêm os homens e incitam-no. A multidão agita-se e delira com o sangue. O touro sabe que vai morrer. Só os imbecis podem pensar que os animais não sabem. Os empregados dos matadouros, profissionais da sensibilidade embaciada, conhecem o momento em que os animais “cheiram” a morte iminente. Por desespero, coragem ou raiva (não é o mesmo?), o touro arremete pela última vez. Em Espanha morre. Aqui, neste país de maricas, é levado lá para fora para, como é que se diz? ah sim: ser abatido. A multidão retira-se humanamente, portuguesmente, de barriga cheia de cultura portuguesa, na tradição milenar à qual nenhuma piedade chegou

Os toureiros têm pose que se fartam (e com a qual fartam toda a gente). Pose de hombre, pose de macho. Mas os riscos que de facto correm são infinitamente menores que a sorte que inevitavelmente espera os touros, que o sofrimento e a desorientação que infligem aos touros para o seu próprio prazer e o da multidão. Dá vontade de dizer que quem se porta assim, quem mostra orgulho de se portar assim, tem entre as pernas, e não apenas literalmente, órgãos bem mais pequenos que aqueles que os touros exibem. Os toureiros são corajosos mas entram na arena sabendo que haverá sempre quem os safe, senão à primeira colhida, então à segunda. Às vezes aleijam-se a sério e às vezes morrem, o que talvez prove que os deuses da Antiguidade são justos, vingativos e amigos de todos os animais por igual. Os touros, esses, não têm ninguém que os vá safar em situação de risco, estão absolutamente sós perante a morte. Querem os toureiros ser hombres até ao fim? Experimentem ser tão homens como eram os homens e os animais na Antiguidade: se ficarem no chão, fiquem no chão. Morram na arena. É cultura. A senhora ministra da Cultura certamente compensará tão antigo costume.

Também era da tradição, em Portugal por exemplo, executar em público os condenados, bater nas mulheres, escravizar pessoas. Foi assim durante milénios. Ninguém via mal nenhum nisso a não ser, confusamente, com dúvidas, as próprias vítimas. Até que a piedade, na sua interpretação moderna e laica, acabou com tão veneráveis tradições.

Que será preciso para acabar com a tradição da tourada? Que sobressalto do coração será necessário para despertar em nós a piedade pelos animais?

- Paulo Varela Gomes (Historiador), “Cartas do Interior”, Público, 27.02.2010, P2, p.3.

terça-feira, 2 de março de 2010

Alternative Health Widgets - Alternative Healing Widget Gallery

Alternative Health Widgets - Alternative Healing Widget Gallery

segunda-feira, 1 de março de 2010

A não perder III

Conferência dedicada ao tema
“A Meditação no dia-a-dia”

O Templo Fo Guang Shan em Lisboa
promove a realização de uma conferência
sobre “A Meditação no dia-a-dia”
proferida pelo Sr. Fernando Santos, com
o objectivo de partilhar a meditação do
dia-a-dia e comentar o Livro da Venerável
Mestre Man Chien “A Meditação Ch’an na
Vida Humana”.

27 Março 2010
10h às 11h30

Orador: Sr. Fernando Santos

Vestuário: Calças e camisola
confortáveis para fazer meditação

Templo Fo Guang Shan Portugal
Rua da Centieira, nº 35, 1800 Lisboa
(perto da Estação de Metro Cabo Ruivo)

Contactos:
E-mail: ibps.pt@gmail.com
Telefone: 919 992 563
(Elisa Chuang)

A não perder II

Conferência dedicada ao tema
“Uma introdução ao Budismo:
as 4 Nobres Verdades”

Templo Fo Guang Shan em Lisboa
promove a realização de uma conferência
proferida pelo Dr. Paulo Borges, com o
objectivo de fazer uma introdução ao
Budismo através da explicação do
primeiro ensinamento do Buda Shakyamuni
– As Quatro Nobres Verdades – A natureza
do Sofrimento, a sua origem, a sua
cessação e o caminho que conduz a essa
cessação.

22 Maio 2010
11h30 às 13h

Orador: Dr. Paulo Borges

O Dr. Paulo Borges é Professor do
Departamento de Filosofia da Faculdade
de Letras da Universidade
de Lisboa, Presidente da União
Budista Portuguesa, e Presidente
da Associação Agostinho da Silva.

Preço: contribuição livre
Vestuário: Calças e camisola
confortáveis para fazer meditação

Templo Fo Guang Shan Portugal
Rua da Centieira, nº 35, 1800 Lisboa
(perto da Estação de Metro Cabo Ruivo)
Contactos:
E-mail: ibps.pt@gmail.com
Telefone: 919 992 563
(Elisa Chuang)

A não perder

Conferência
dedicada ao tema
“O Mahayana e
os Seis Paramitas”
O Templo Fo Guang Shan em Lisboa
promove a realização desta conferência
com o objectivo de divulgar os ensinamentos
do Budismo Mahayana – Os Seis
Paramitas. Os Seis Paramitas ocupam
um lugar proeminente nas escrituras
Mahayana como uma forma de vida
budista que conduz à budeidade.

1 Maio 2010
11h30 às 13h

Orador: Eng. António Teixeira

Preço: contribuição livre
Vestuário: Calças e camisola
confortáveis para fazer meditação

Templo Fo Guang Shan Portugal
Rua da Centieira, nº 35, 1800 Lisboa
(perto da Estação de Metro Cabo Ruivo)
Contactos:
E-mail: ibps.pt@gmail.com
Telefone: 919 992 563
(Elisa Chuang)