terça-feira, 23 de junho de 2009

Vicente Ferrer


É de pessoas assim que o mundo precisa...em grande escala. Infelizmente constituem ainda a excepção à regra. Recordo Madre Teresa de Calcutá e a sua obra na Índia com a sua congregação "Missionárias da Caridade".

Na passada 6ªfeira faleceu outra grande entidade: Vicente Ferrer. Depois de mais de meio século ao serviço da causa humanitária na Índia, Vicente Ferrer morreu aos 89 anos na cidade de Anantapur, epicentro de sua ação humanitária, onde trabalhou para tornar realidade o sonho de acabar com a pobreza e melhorar a vida dos mais desfavorecidos.


Natural da Catalunha, Vicente Ferrer chegou à Índia em 1952 ao serviço dos jesuítas. Em 1968 foi expulso pelo governo indiano que desconfiava da sua missão caritativa.

Sob pressão popular e com o apoio da primeira-ministra Indira Gandhi regressou ao país em 1969, onde criou uma ONG, depois de ter abandonado a companhia de Jesus.

Em 1998, Ferrer recebeu o prémio principe das Astúrias, a mais importante distinção espanhola.

O trabalho iniciado por Vicente Ferrer "mudou a vida de muitas pessoas" e que ele realizou um "sacrifício integrador e não paternalista", que permitia que as pessoas beneficiadas se envolvessem "no processo de mudança".
Quero dizer com isto que a obra de Ferrer, através da sua Fundação consistia em prestar auxílio através de micro-créditos que permitiam às pessoas saírem da pobreza e tornarem-se elas próprias geradoras de riqueza que viria a beneficiar outros.
Esta é uma ideia genial pela sua simplicidade que não torna os beneficiários dependentes mas patrocinadores e empreendedores integrados no programa.

Parece que, afinal, nem é preciso os milhares de milhões que se gastam em instrumentos de morte, para "matar" a fome no mundo! É preciso, antes do mais, um espírito altruísta, livre de apegos e com uma compaixão imensa.

Pena é que não haja ninguém assim à frente de um movimento popular em Portugal. Certamente teria o meu voto e de alguns milhões de desfavorecidos. Certamente que os 63% de abstencionistas mudariam o seu comportamento nos sufrágios se acreditassem que votariam em pessoas assim.

Acima disso tudo, mentalidades como estas, mudariam a minha, a tua e a mentalidade de muita gente e o mundo seria um lugar muito melhor para toda a gente partilhar.


A fundação Vicente Ferrer emprega 1800 pessoas e em 2007, ocupava-se de mais de 120 mil crianças, 60 mil mulheres e 15 mil deficientes.

Aqui fica a minha sentida homenagem a esta e a muitas almas que por aí andam mas que não fazem notícia porque as suas acções são negligenciáveis aos olhos dos governantes deste mundo!

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